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Briskcom - 10 COISAS QUE VOCÊ PRECISA CHECAR AO ESCOLHER O FORNECEDOR DE TELECOMUNICAÇÕES QUE VAI TE CONECTAR AO ONS

As usinas de geração e subestações de transmissão precisam estar conectadas ao ONS – Operador Nacional do Sistema Elétrico – por meio de canais de comunicação para que possam enviar em tempo real uma série de dados referentes a sua operação. Esta comunicação é considerada crítica, pois o Operador depende do acesso aos dados de operação dos empreendimentos para que possa cumprir o seu papel de coordenar, supervisionar e controlar o funcionamento do SIN (Sistema Integrado Nacional) garantindo o suprimento de energia elétrica com segurança e continuidade.

Sendo assim, o projeto de telecomunicações é parte essencial e de alta complexidade para empreendimentos de geração e transmissão, o que faz com que a escolha e contratação do fornecedor responsável por estabelecer o canal de comunicação com o ONS deva ser feita com base em criteriosa avaliação. Afinal, o sucesso do empreendimento pode ficar seriamente comprometido caso esta escolha seja equivocada.

Para auxiliar no processo de escolha do fornecedor para comunicação com o Operador Nacional do Sistema Elétrico, elencamos abaixo 10 itens que consideramos de grande importância e precisam ser avaliados.

          1. Formalização do compromisso com os requisitos de qualidade do ONS

No Submódulo 2.15 (Requisitos Mínimos para Telecomunicações) dos Procedimentos de Rede o ONS especifica os indicadores de qualidade e respectivos valores a serem atendidos pelos sistemas de transmissão de dados sobre os quais realiza suas funções.  São eles: latência, variação estatística do retardo e taxa de perda de pacote (itens 3.4 e 3.5 do Submódulo 2.12). O seu provedor de telecomunicações, ao lhe propor o canal de dados, define o nível de qualidade com o qual ele se compromete a entregar. Certifique-se que o nível de qualidade proposto pelo seu provedor esteja em conformidade com o exigido pelo ONS e que isso esteja previsto em contrato. É muito comum operadoras e provedores ofertarem links fora dos parâmetros estabelecidos pelo ONS e não se comprometerem por meio do contrato.

          2. Experiência em comunicações de missão crítica no setor elétrico

Os sistemas SCADA e a comunicação com o ONS possuem características específicas, que normalmente são desconhecidas pelos provedores de acesso à Internet convencionais, que focam seus esforços em atender o mercado de varejo, implementando soluções de prateleira, sem a customização necessária para o bom funcionamento deste tipo de aplicação. Para uma contratação acertada, procure por um parceiro que já tenha vivência em projetos de integração de empreendimentos do segmento de energia com o operador do sistema elétrico (ONS), pois além de links adequados, é necessário avaliar no projeto uma série de outros elementos relacionados a comunicação de dados ponto a ponto. 

Além disso, é crucial um forte alinhamento técnico entre a equipe do cliente, a equipe do fornecedor dos canais de telecomunicações e a equipe de telecomunicações do ONS, para que a fase de integração do projeto obtenha sucesso.

Assim, verifique há quanto tempo o fornecedor atua no setor elétrico entregando solução de comunicação com o ONS. Existem muitas empresas que atuam há um bom tempo no setor, mas provendo outros tipos de comunicações, como, por exemplo, comunicação com o sistema de medição e faturamento de energia, que não tem a mesma criticidade. Confira também as empresas já atendidas pelo fornecedor. Empresas de grande porte e multinacionais costumam ter alto grau de exigência e servir de indicativo da qualidade do fornecedor.

          3. Suporte técnico especializado, 24×7 com monitoramento ativo

Da mesma maneira que a experiência em implantações prévias é importante para o sucesso da integração, o suporte técnico especializado é essencial para a continuidade da operação do empreendimento.

Ao contratar serviços de comunicações para o setor elétrico, tenha foco nas empresas que conheçam o seu próprio ambiente de rede, mas também entendam o ambiente tecnológico do seu cliente (como os Sistemas Supervisórios, Medidores de Energia interligados à CCEE, PLCs e outros dispositivos de rede ou de automação). Esse ponto é muito relevante no processo de escolha do fornecedor, pois contar com o suporte especializado para ambientes complexos evita a perda de tempo com procedimentos desnecessários em função da falta de conhecimento. 

Isso faz toda a diferença no atendimento à disponibilidade exigida nos Procedimentos de Rede do ONS (itens 2.2 e 2.3) que, no caso de empreendimentos que prestam serviços Classe A, deve ser de 99,98% apurada mensalmente. Por isso mesmo, neste tipo de ambiente os índices de falha precisam ser os menores possíveis e quando as falhas acontecem a agilidade em saná-las é essencial.

Adicionalmente, para que os altos níveis de disponibilidade sejam respeitados, é essencial que o seu fornecedor se comprometa com o atendimento 24×7 e com o monitoramento ativo do canal de comunicação e ativos de rede. Só assim a detecção e a correção de eventuais falhas poderão ser feitas com a agilidade necessária.

VOCÊ PODE SE INTERESSAR TAMBÉM: Leia nosso texto sobre “A importância da conectividade via satélite para o futuro dos setores de Energia e Mineração”

          4. Prazo de implantação

A integração dos canais de dados com o ONS é um processo complexo, que não depende unicamente da empresa que fornece o canal de telecomunicações. Várias atividades dependem do próprio agente, outras do ONS. Sendo assim, considere a contratação de um fornecedor que conheça bem todas as etapas deste processo e já possua relacionamento com o ONS, para que a troca de informações e o alinhamento técnico entre as equipes seja facilitada. Isto agiliza muito a implantação do projeto de comunicações e afasta o risco de atraso por “surpresas” no caminho. 

Outro ponto a ser considerado é que a instalação de canais dedicados por operadoras convencionais no ONS e/ou no empreendimento pode demorar meses. O prazo definido para o seu projeto deve estar alinhado com aquele que o seu fornecedor é capaz de atender. Descumprir o prazo de entrada em operação com o ONS pode trazer grandes prejuízos para o seu negócio.

          5. Disponibilidade prevista em contrato

Os empreendimentos do setor elétrico devem atender os requisitos em vigor de disponibilidade de telecomunicações de acordo com seu tipo de classificação e as classes de serviço. A disponibilidade exigida pelos Procedimentos de Rede, mais especificamente no Submódulo 2.12 (Requisitos Mínimos Para Telecomunicações), é muito rigorosa, podendo chegar a 99,98%. Isso implica em uma indisponibilidade máxima total, num período de 12 (doze) meses, de 1 (uma) hora e 45 (quarenta e cinco) minutos. E este índice é constantemente monitorado pelo ONS. 

Portanto, ao escolher o fornecedor que irá lhe conectar ao ONS, fique atento aos índices de disponibilidade que ele está ofertando em contrato, pois apenas empresas especializadas em atender ambientes de missão crítica conseguem atender estes requisitos de maneira adequada. Busque também parceiros que possuam ferramentas customizadas para monitoramento ativo, que permita ter a visibilidade do canal de comunicação fim a fim, isto é, entre o empreendimento e o ONS. Dessa forma é capaz de atuar prontamente caso necessário.

          6. Redundância de canais

Em projetos que contemplem tanto o canal principal quanto o canal de retaguarda, certifique-se de que estes canais sejam 100% redundantes, sem aproveitamento conjunto de nenhuma infraestrutura ou ativo de rede. É muito comum observarmos ambientes de rede em que uma operadora entrega tanto o canal principal quanto o de retaguarda, cada um por um enlace, mas estes enlaces compartilham a mesma fibra, ou passam pelo mesmo poste, ou até mesmo usam o mesmo core de rede. O ideal nos casos de redundância é que a infraestrutura seja 100% independente entre os dois canais. No item 9, ao tratar sobre o cálculo de enlace para comunicação via satélite, falamos mais sobre a redundância para este tipo de tecnologia de comunicação.

          7. Cibersegurança

A cibersegurança ou segurança cibernética vem chamando cada vez mais atenção em vista do crescente número de ataques aos ambientes virtuais das empresas e, por isso mesmo, conquistou posição central em qualquer projeto de rede. A importância desse assunto é ainda maior em negócios com operações em ambientes de missão crítica, como é o caso das empresas que precisam se comunicar com ONS. 

Nesse sentido, o Operador divulgou recentemente a rotina operacional sobre segurança cibernética onde definiu os novos requisitos de segurança cibernética (RO-CB.BR.01 – Controles mínimos de segurança cibernética para o Ambiente Regulado Cibernético). O documento, que estabelece os controles de segurança cibernética a serem implementados nos centros de operação dos agentes e nos equipamentos de infraestrutura, terá vigência a partir de 9 de julho de 2021. 

Citando notícia divulgada no site do órgão “O processo de aprimoramento da segurança cibernética é um assunto que vem sendo discutido pelo setor elétrico, em especial pelo ONS, ANEEL e MME, devido à relevância para a operação do setor elétrico. Até o momento existia um item nos Procedimentos de Rede que tratava do assunto, mas de forma abrangente. A publicação dessa rotina vem aprimorar as orientações sobre o tema junto aos agentes (…)”

Portanto, avalie com cuidado a segurança cibernética de seu fornecedor de telecomunicações durante a contratação, certificando-se de que o mesmo esteja seguindo todos os requisitos em vigor.

De acordo com a rotina acima mencionada, item 3.1, o “ARCiber – Ambiente Regulado Cibernético” constitui-se no “conjunto de redes e equipamentos que estão considerados no escopo desta Rotina Operacional” e dele fazem parte:

      a) Centros de operação dos agentes;

      b) Equipamentos que participam da infraestrutura de envio ou recebimento de dados e voz para ambientes operativos do ONS ou para centros de operação de outros agentes;

      c) Ambiente operativo do ONS.”

O item 4.1.2 estipula que o ARCiber não deve ser diretamente acessível através da internet mesmo que protegido por um ou mais firewalls, bem como seus ativos. Ou seja, ambientes de missão crítica interligados com o ONS devem ser isolados do meio público, sem interligação com a Internet, utilizando canais dedicados. Tal exigência nem sempre é respeitada pelos fornecedores que atuam no setor. Escolha um parceiro que possa lhe auxiliar no processo de implantação segura das comunicações e que possa garantir a segurança dos dados e de seu próprio ambiente de rede, garantindo que o link instalado não tenha interligação dentro da infraestrutura de rede do provedor com o ambiente de Internet.

O item 4.1.3 informa ainda que “O acesso ao ARCiber a partir de redes externas à organização (como, por exemplo, a internet) somente deve ser permitido para o desempenho de atividades autorizadas. Este acesso deve ser realizado por meio de Rede Privada Virtual (VPN), ou tecnologia similar, através de um gateway ou serviço que ofereça controles de segurança”. No entanto, deve-se considerar que este acesso não é permitido para interligação entre o empreendimento e o ONS para comunicação SCADA, mas apenas para fins específicos e aprovados pelo ONS. Tenha certeza de que seu fornecedor não está lhe entregando uma VPN via Internet ao invés de um canal dedicado, como por exemplo, um link MPLS, um link VSAT corporativo (sem acesso a Internet), etc.

Avalie também os equipamentos utilizados pelo fornecedor dos links, que são instalados no empreendimento e nos núcleos do ONS. Estes equipamentos devem ter os patchs de segurança aplicados, ser monitorados quanto a vulnerabilidades e ter políticas de segurança implementadas para garantir que, apenas o tráfego relevante passe por eles, bem como que somente pessoas autorizadas tenham acesso de acordo com nível de permissão adequado às suas funções. 

          8. Robustez da infraestrutura

Não basta verificar apenas as questões de capacidade técnica do possível parceiro. Avalie também a qualidade de sua infraestrutura e equipamentos. Provedores que utilizam roteadores, switches, cabos e conectores de linhas small business ou SOHO, podem gerar sérios problemas para a continuidade de seu negócio, pois não foram elaborados para operar em ambientes tão exigentes. Procure saber sobre a marca e a qualidade dos equipamentos que compõem a solução que irá contratar, pois há diferenças enormes entre eles. Apenas a título de exemplo, existem equipamentos que possuem o tempo médio entre falhas (MTBF) de mais de 20 anos, enquanto outros não passam de 01 ano.

          9. Equipes de campo próprias

A capacidade técnica, comprometimento e assertividade das equipes de campo são muito importantes para o sucesso de instalações, manutenções e apoio aos projetos de telecomunicações.

Fornecedores que dispõem de equipes técnicas próprias normalmente atendem seus clientes de maneira mais eficiente, pois os colaboradores conseguem seguir padrões de qualidade estabelecidos e referenciados por muitos anos de experiência em projetos complexos que requerem não só o conhecimento na ativação dos próprios links, mas o conhecimento mais amplo dos ambientes dos clientes do segmento de energia, de modo que podem dar soluções rápidas para obstáculos encontrados durante a execução das atividades que possam não ter sido previstos durante o processo de planejamento.

Além disso, equipes especializadas possuem os vínculos trabalhistas necessários para acesso aos empreendimentos, os treinamentos de segurança do trabalho, como NR10 + SEP, NR35, entre outros. O comprometimento destas equipes é bastante evidente, pois os profissionais ficam alocados até que a entrega seja feita dentro dos padrões de qualidade estabelecidos.

Fornecedores que utilizam mão de obra terceirizada ficam sujeitos à disponibilidade destes para realizar conseguirem agendar a instalação/manutenção, podem ter que lidar com o desafio da falta de treinamento adequado para acessar os ambientes das usinas ou subestações, com o menor comprometimento na realização do serviço dentro dos padrões de qualidade esperados, ou até mesmo com a falta de capacitação técnica ou ferramental adequado para executar as atividades da maneira mais correta e segura.

          10. Cálculo correto do enlace de comunicação via satélite

Considerando a utilização de enlaces ou canais de comunicação via satélite para a transmissão de dados entre usinas e subestações e o ONS, deve-se dar grande atenção ao projeto de telecomunicações no que diz respeito ao cálculo de enlace. Este cálculo vai variar com base na região, no satélite utilizado e nos níveis de sinal relativos a ele, e no local do empreendimento. Estes fatores refletem no tamanho das antenas e na potência dos rádios (BUC) que serão utilizados.

Caso as antenas ou BUCs sejam subdimensionados, o índice de disponibilidade exigido pelo Operador dificilmente será atingido. Via de regra, para links em banda Ku no território brasileiro são necessárias antenas de 1,2 m ou 1,8 m de diâmetro. As antenas de 1,8 m garantem uma margem extra de ganho, que dão maior garantia de disponibilidade em momentos de chuva, por exemplo. Antenas menores que 1,2 m normalmente não atendem os requisitos de disponibilidade exigidos para comunicações de missão crítica, como é a comunicação com o ONS. Logo, como estes enlaces precisam de altíssima disponibilidade, o tamanho da antena é um fator crítico e deve estar previsto no contrato qual o equipamento e a disponibilidade esperada do enlace fim a fim (isto é, entre o empreendimento e o ONS).

Outro ponto a considerar é a banda de comunicação via satélite utilizada. A banda C sofre menos atenuação por chuvas, mas têm o custo mais elevado, uma vez que seu espectro é reduzido, havendo menor oferta. A banda Ku tem uma relação de custo-benefício muito interessante e atende os índices de disponibilidade quando o cálculo de enlace é feito corretamente. A banda Ka, por sua vez, sofre grande atenuação por chuvas, o que faz com que a disponibilidade dos enlaces seja reduzida, e por isso não é indicada para comunicações críticas com o ONS ou para centros de operação remota (COS O&M).

Por fim, caso ambos os canais de comunicação com o ONS – tanto principal quanto o de retaguarda – sejam entregues via satélite, certifique-se de que cada antena esteja apontada para um satélite diferente, cada qual vinculado a uma HUBs (estações master) localizada em cidades ou, preferencialmente, estados distintos. Só assim haverá redundância de fato. Além disso, os canais terrestres entre as HUBs e os centros do ONS devem seguir trajetórias 100% independentes (tanto física, quanto logicamente). Caso as duas VSATs (antenas de pequeno porte) estejam interligadas à mesma HUB ou à HUBs em cidades muito próximas, uma chuva forte, ou um rompimento de fibra que atinja as duas HUBs, pode causar a interrupção total das comunicações com o ONS.

 

Conclusão

Apesar da evidente importância das telecomunicações para a operação de uma usina e subestação de transmissão de energia, ainda é comum ver gestores a frente destes negócios subestimando a seriedade e complexidade deste projeto. Um sistema de transmissão de dados mal concebido e executado pode causar sérios danos a estes empreendimentos, tais como multas e suspensão da operação. Por isso, certifique-se de estar escolhendo um fornecedor com o devido respaldo técnico, comprometimento e conhecimento do setor.

Uma boa alternativa para suprir esta lacuna de conhecimento extremamente técnico e específico é contratar uma consultoria especializada no setor elétrico, que forneça toda a orientação necessária para implementação de um projeto bem-sucedido, indicando fornecedores confiáveis e, assim, evitando prejuízos, atrasos e penalidades causadas por problemas com os serviços de telecomunicações.

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